Infância e percepção de risco relacionado às inundações

  • Bárbara de Lima Capelli Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste
  • Eveline Favero Universidade Estadual do Paraná – Unespar
  • Eduardo Gomes Pinheiro Corpo de Bombeiros do Estado do Paraná
Palavras-chave: Percepção de risco, Infância, Inundações

Resumo

O trabalho objetivou compreender o comportamento das crianças (6-10 anos) frente aos riscos relacionados às inundações, bem como, a forma como percebem tais riscos. Comparou as diferenças por faixa etária, por gênero e local de residência, identificando aspectos do desenvolvimento infantil presentes na fala das crianças. Participaram do estudo 193 alunos pertencentes a duas escolas municipais, uma localizada em Cascavel/PR (área sem ocorrência de inundação) e outra em Francisco Beltrão/PR (área com registros de inundações). Os alunos cursavam do primeiro ao quinto ano do Ensino Fundamental I. Os dados foram coletados através da técnica de Grupo Focal, tendo sido realizados 10 grupos em cada escola, separando as crianças por série e por gênero. Utilizou-se como tema gerador desenhos de crianças brincando ou observando situações de inundação e que ofereciam riscos, tais como: contaminação, choque elétrico, afogamento, traumatismos, ficar preso em cercas e cair em buracos. Os dados foram analisados qualitativamente por meio da técnica de Análise de Conteúdo. Os resultados apontaram que as crianças (1º e 2º ano) fantasiavam a realidade, levantando hipóteses sobre acidentes, alguns impossíveis de acontecerem. Os alunos do (3º ao 5º ano) utilizavam respostas diretas sobre riscos reais. As meninas entre (3º ao 5º ano) apresentaram maior preocupação em relação à prevenção de acidentes, quando comparadas aos meninos. Por fim, cada criança relatou de forma diferenciada os riscos apresentados em cada imagem, indicando que a percepção de risco está estreitamente relacionada à experiência individual.

Publicado
2019-08-21